OBJECTIVOS DO PROJECTO


  • Inscrevemos o permanente estado de tensão entre a beleza natural e a pegada humana. Com a mais rigorosa atenção ao detalhe, idealizamos um objecto cinematográfico de forte apelo estético, que, transversal aos públicos, dá a conhecer a lenda de NABIA, deusa da guerra e das águas.  


  • Com o foco sobre a preservação dos rios e dos cursos de água, problematizamos a progressiva escassez global de água, levantada pela emergência climática, a presente crise que, transversalmente, testemunhamos enquanto civilização;


  • Com uma divindade feminina ao centro e uma acção, em redor, encetada por mulheres,  realçamos o poder da mulher e da sua relação com uma natureza fértil e regeneradora. Rematerializando ícones e um culto pagão ancestral, de raízes celtas, relacionamos as formas de religiosidade às mais básicas necessidades que, transversalmente, regem a vida humana na terra; 


  • Se a presença da maçã, '’o fruto'', alude à narrativa cristã,  o deliberado cruzamento entre referentes iconográficos - católicos e pagãos - procura, precisamente, testemunhar a intersecção mitográfica, como a sobreposição entre a lenda da Nabia Corona e a de Santa Íria, que foi levada pelas águas do Rio Nabão até ao Zézere;

 

  • Analisando, através da expressão artística, a realidade local de Pitões de Júnias, em Portugal, o projecto NABIA desenha-se à escala global, explicita como há uma efectiva urgência em endereçar a resolução das questões ambientais  pelo colectivo;

 

  • NABIA contextualiza historicamente esta luta pelo bem das águas numa preocupação mais antiga. Em subtexto, através da sua narrativa, evoca o ofício de ‘‘guarda-rios'', profissão que existiu em Portugal entre os séculos XVIII e XX, que descrevia a função de guarda e protecção dos cursos de água, passando pela fiscalização da extracção clandestina das areias dos rios, da pesca clandestina, do corte ilegal de árvores, de situações de despejos / poluição, entre outras; 


  • Respondendo ao tribalismo beligerante de dois clãs conterrâneos, gerador de destruição, pobreza e fome, em NABIA a paz surge com a juventude, entre a adolescente deusa, epítome do feminino regenerador, e a fábula que traz todos os animais às mãos das crianças. Por agora, o milagre traz consigo os alimentos necessários à comunidade. Mas nenhuma fonte natural é inesgotável (como explicita a Árvore de frutos, que também se esgota). A recém-chegada harmonia à misteriosa aldeia inaugura uma possibilidade de renovação e, de pés na terra, um nascimento abre este novo ciclo.



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