Pedestal de cal e areia revestido a pedra e encimado com a imagem que deu o nome a Santarém, Santa Iria ou Eirena. Existem duas datas, 1644 e 1775. Encontra-se situado na Ribeira de Santarém, junto da margem direita do Rio Tejo. Pode ler-se a seguinte inscrição:
A D. S IRENAM OR D. INIS DL NEDIOTI
HICTAGVS IRENASACROTEGITOSSA SE PVLCHRO
QV.ª VTVIRCO MARTIR EVLGETINARCEPOLI
in “Santarém Monumental – Roteiro” de Octávio da Silva Paes Mendes
''Conta a história que na antiga Nabância (Tomar) nasceu Iria, uma bela jovem. Desde cedo, Iria descobriu a sua vocação religiosa e entrou para um mosteiro. A região era governada pelo príncipe Castinaldo, cujo filho Britaldo tinha por hábito compor trovas junto da igreja de S. Pedro.
Um dia, Britaldo viu Iria e ficou perdidamente apaixonado por ela. Ficou doente de amor e, em estado febril e desesperado, reclamava a presença da jovem. Temendo o pior, os pais foram buscá-la. Iria pediu-lhe que a esquecesse, porque o seu coração e o seu amor eram de Deus.
Britaldo concordou, sob a condição de que ela não pertencesse a mais nenhum homem. Passados tempos, Britaldo ouviu rumores infundados de que Iria tinha atraiçoado a sua promessa e amava outro homem. Furioso, seguiu-a num dos seus habituais passeios ao rio Nabão, apunhalou-a e atirou o seu corpo à água.
O corpo de Iria foi levado pelas águas até ao Zêzere e daí ao Tejo. Foi encontrado junto da cidade de Scalabis (Santarém), encerrado num belo sepulcro de mármore. O povo rendeu-se ao milagre e, a partir de então, a cidade passou a chamar-se de Santa Iria, mais tarde Santarém.
Cerca de seis séculos depois, as águas do Tejo voltaram a abrir-se para revelar o túmulo à rainha D. Isabel, que mandou colocar o padrão que ainda hoje se encontra na Ribeira de Santarém.''
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